amistad

 

"CONVALESCENÇA"

"Hora a hora,

Nasce outra vez em mim a vida.

Devagar,

Como um gomo de vide a rebentar,

Cobre de verde a cepa ressequida.

È um fruto que acena?

È uma flor que hà-de ser?

- Fui eu que disse que valia a pena

Viver!"

("Diário II")

 

MIGUEL TORGA

"o essencial é invisível aos olhos"

amizade, amor, o sentido da vida... transversal a todas as gerações"

 

"- Os homens do teu planeta – disse o principezinho – cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim… e não encontram o que procuram…

– Não encontram. – Respondi – E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d’água…

– É verdade, – e o principezinho acrescentou – mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração.”

Antoine de Saint-Exupéry, in o Principezinho

“A vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido.”

BUDA

“«L’être humain ne meurt pas d’un seul coup»: comment définir l’instant précis où la vie s’arrête?”

“Par Pascale Santi et Pierre Lepidi”

“EnquêteAu moment de la mort, les organes s’éteignent à des rythmes différents. Comment, dans ces conditions, définir l’instant précis où la vie s’arrête ? En explorant plusieurs pistes, dont l’activité du cerveau, des chercheurs tentent de donner une réponse à cette question hautement symbolique.

Mystérieuse, universelle et taboue, la mort fascine. Mais la relation que les hommes entretiennent avec elle diffère selon les cultures ou les religions. Suivant la tradition catholique, les vivants rendront hommage à leurs défunts samedi 2 novembre. En France et plus généralement en Europe, ils fleuriront leurs tombes ou se recueilleront chez eux, parfois en allumant une bougie. Au Guatemala ou ailleurs en Amérique latine, les célébrations seront plus festives, et c’est au rythme des mariachis que les croyants entreront dans les cimetières.

On ne peut définir la mort que par rapport à la vie. Selon le dictionnaire Larousse, elle est la « perte définitive par une entité vivante (organe, individu, tissu ou cellule) des propriétés caractéristiques de la vie, entraînant sa destruction ». Par définition, on devient donc mort lorsqu’on n’est plus vivant. « On peut bien sûr considérer que la mort est la fin de la vie, mais alors qu’est-ce que la vie ?, s’interroge Benjamin Rohaut, neurologue à la Pitié-Salpêtrière (AP-HP-Sorbonne Université). Est-on vivant seulement lorsqu’on est conscient ? Lorsqu’on a une activité cérébrale ? Lorsque son cœur bat ? Définir la mort, c’est définir la vie, et on peut alors se heurter à des impasses conceptuelles. C’est certainement une des raisons qui font que la mort a une définition légale. »

Evolution du concept de mort

Jusque dans les années 1950, la mort était définie par l’arrêt des fonctions vitales (le cœur, la respiration). Puis le respirateur artificiel, inventé en 1952 par le médecin danois Bjorn Ibsen, a révolutionné la médecine, en donnant naissance à la réanimation et aux soins intensifs. Cette invention a fait évoluer le concept de mort, sans cesse débattu. Ce sont les médecins français Maurice Goulon et Pierre Mollaret qui ont décrit en 1959 la notion de « coma dépassé », ou mort cérébrale, (...)”

(Lido em: Le Monde, 2019-11-01)

“Entremos, apressados, friorentos,

numa gruta, no bojo de um navio, 
num presépio, num prédio, num presídio, 
no prédio que amanhã for demolido... 
Entremos, inseguros, mas entremos. 
Entremos, e depressa, em qualquer sítio, 
porque esta noite chama-se Dezembro, 
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos, 
duzentos mil, doze milhões de nada. 
Procuremos o rastro de uma casa, 
a cave, a gruta, o sulco de uma nave... 
Entremos, despojados, mas entremos. 
Das mãos dadas talvez o fogo nasça, 
talvez seja Natal e não Dezembro, 
talvez universal a consoada.”

DAVID MOURÃO-FERREIRA

[COMENTÁRIO: Recbi este poema agora por e-mail, vindo de uma grande Amiga minha, Para além do poema em si mesmo, que é excelente, tem o valor acrescido de vir de uma grande amiga que, tal como eu, fomos alunos do David Mourão-Ferreira, excelente poeta, escritor e, last but not the least, excepcional professor.

Com ele desejo a todos os que o merecem, os que têm como característica fundamental a bondade, um excelente Natal e um 2019 melhor do que dentro de dias se acaba]

sentido da vida

“Psychiater Jan Mokkenstorm: ‘De zin van het leven is leren, ontdekken, het ervaren van empathie en liefde’”

“Zijn levenswerk raakte altijd al aan de grens met de dood, maar sinds kort weet Jan Mokkenstorm (56) van113, platform voor zelfmoord-preventie, dat hij spoedig sterft. Een laatste gesprek met Fokke Obbema.

[Por:]”Fokke Obbema”

Mokkenstorm na het gesprek afscheid neemt. Een morbide grap als onderdeel van zijn verwerkingsproces. De 56-jarige psychiater weet dat zijn begrafenis op afzienbare termijn gaat plaatsvinden. Tijdens zijn zomervakantie met zijn gezin werd hij ziek. In een hangmatje in de Colombiaanse jungle ontving hij het eerste slechte nieuws over wat een niet te stoppen alvleesklierkanker is.(...)" (Lido em: De Volkskrant, 2018-10-22)

[TRADUÇÃO  MINHA AD HOC E APRESSADA:

"O psiquiatra Jan Mokkenstaorm: "O sentido de viver é aprender, descobrir, o vivenciar de empatia e de amor"

O trabalho da sua vida já tocava sempre a morte, mas desde há pouco tempo Jan Mokkenstorm (56)  de 113, soube pela plataforma para prevenção de suicídio, que ele em breve morrerá.

Uma última conversa com com Fokke Obbema. Depois da conversa Mokkenstorm despede-se. Uma piada mórbida como parte do seu processo de "digestão" da situação. O psiquiatra de 56 anos sabe que o seu funeral terá lugar dentro de tempo previsível. Durante as suas férias de Verão com a sua família ele adoeceu. Nma rede na selva colombiana ele recebeu aa más notícias que não havia maneira de parar o cancro do pâncreas. (...)" ]

" A vida é um palco de teatro que não admite ensaios,por isso ,cante,chore, ria,antes que as cortinas se fechem e o espectáculo termine sem aplausos"

CHARLES CHAPLIN

"Silas: “Vivi numa barraca. A primeira vez que vi um chuveiro pensei que era um telefone, encostei ao ouvido e abri a água”(...)"

(Lido em: Expresso, 2017-11-25)

“As pessoas, as relacoes pessoais e as amizades nao sao rigidas, fixas, como as palavras e os tijolos, tambem se constroem... e destroem. O “material” de que sao feitas, as relacoes, e' o mais sensivel e misterioso, a pessoa humana...

Para serem dignas do seu nome, as relacoes humanas nao sao meramente funcionais e utilitarias, nao podem fazer do outro uma “coisa” ou um “instrumento”, mas, tal como as paredes e os livros, tambem se constroem e se cultivam, sob a pena de se rasgarem ou de ruirem... E o unico laco, o unico vinculo, o unico “cimento” que pode aproximar e unir estes “materiais humanos”, tao diferentes na sua historia, cultura, temperamento, educacao, sonhos, e' a amizade e o amor, aprendizagem, nunca terminada, de uma vida inteira...”       P. ANTONIO VAZ PINTO (P. Antonio Vaz Pinto, SI, A Historia de Deus Comigo – Memorias, Aletheia Editora, Lisboa, 2006)

 

[COMENTARIO: Conheci muitissimo bem o Padre Antonio Vaz Pinto. De varias maneiras e em ocasioes. A Mae dele foi a maior amiga de juventude de minha Mae. Era filha do poeta Eugenio de Catro. Quando ela casou com o Eng. Vaz Pinto, passou a chamar-se Mafalda de Castro Vaz Pinto. Dai' o muito que ouvi, desde muito cedo, sobre aquela Familia. As circunstancias da vida, por vezes, tomam caminhos inesperados. Os meus pais eram tambem muito amigos da Familia Portal, familiares dela. A certa altura houve desentendimento profundo entre as duas familias que os levou a processo longo no tribunal. Meu Pai, dentro da nossa familia, escolheu o lado dos Portal, pessoas que eu tambem muito admirava. Minha Mae nao gostava nada quando ele 'a mesa falava disso, pois a amizade dela pela D. Mafalda era inquebravel. Muito mais tarde vim a ter contacto com o Pe. Vaz Pinto quando fui a Lisboa pedir-lhe conselho e ajuda. Devo confessar que o mesmo de pouco me valeu nessa altura. Passaram os anos e, inesperadamente, dentro do ambito da AfricAmiga, onde vim a ter funcao muito, muito importante, passei a ter muito, assiduo, e proximo contacto com o Padre Vaz Pinto. Tive a possibilidade de continuar a admirar a, agora muito de proximo, a enorme inteligencia e capacidade organizadora dele. Um dia falamos do facto de nossas maes terem sido tao amigas na sua juventude. Entao, ali estavamos, os dois, colaborando para o bem das criancas necessitadas de Mocambique. Como a vida da' voltas!]