Hoje, ao fim da tarde, têm início as cerimónias públicas da recordação da invasão e ocupação dos Países-Baixos pelos alemães.
Precisamente às 19:53 horas, o rei Willem-Alexander e a raínha sairão do Palácio Real de Amsterdão e em 2 minutos caminharão até ao monumento aos mortos da IIª Guerra Mundial. Nienke, uma aluna de 18 anos, lerá o poema de sua autoria "A testemunha silenciosa", simbolicamente sobre uma árvore. Os músicos militares tocam "Aos mortos", especialmente composta para esta cerimónia. O trompetista toca a sentido. Às 20:00 horas tocam os sinos do palácio real e iniciam-se dois minutos de silêncio absoluto em todo o país.
Os reis depoem uma coroa de flores aos pés do monumento, seguidos dos mais altos dignatários da nação, após o que abandonam o local, regressando a pé ao Palácio Real, entre os milhares e milhares de pessoas de todas as condições, pensamentos, origens, sexos e religiões que enchem a enorme praça do Dam e arredores.
Na maior parte das cidades e algumas povoações passa-se algo de semelhante à mesma hora, sem a presença dos reis, claro. O mesmo nos cemitérios onde estão sepultados milhares de soldados holandeses e membros da Resistência, vítimas dos nazis, assim como em cemitérios repletos de campas com soldados aliados mortos pela libertação dos holandeses.
É um dia de tristeza pela recordação. Há anos vozes se levantaram perguntando porquê a contiunação destas cerimónias tantas dezenas de anos após o que se passou. A maioria de pessoas, porém, acha, com razão, de extremo valor recordar-se as vítimas do crime organizado em regime de Estado. Para que o mesmo nunca mais volte a ser possível. Dia de pesar e reflexão, mas dia-semente de continuação da luta pela liberdade e independência. Luta diária e que responsabiliza cada um de nós.
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